Ah, como é lindo o Rio de Janeiro! A Cidade Maravilhosa, repleta de encantos… e de algumas estatísticas que preferem ignorar no cartão-postal.
Enquanto alguns persistem em entoar “Cidade Maravilhosa” com o otimismo de quem nunca pegou um ônibus às 22h para chegar em casa, a realidade segue seu curso paralelo.
E que espetáculo!
Os índices de criminalidade aumentam cada vez mais. Massacres já viraram rotina. E a corrupção está tão arraigada que se transformou em patrimônio cultural não oficial.
O Rio de Janeiro se tornou uma representação do Brasil. É uma imagem ampliada, em alta definição e com filtro de realidade aumentada.
É aquela selfie que ninguém pretendia compartilhar, mas que já circulou em todos os grupos da família.
E há quem ainda cante na ilusão. Literalmente.
Criam sambas, marchinhas, funks… tudo para abafar o barulho das sirenes ao fundo. Reconheço que é uma estratégia inventiva: se não podemos resolver, pelo menos colocamos uma música animada.
O Cristo Redentor permanece lá em cima, de braços abertos. Mas, neste momento, creio que ele não está mais abençoando: está apenas aguardando para oferecer um abraço coletivo de conforto.
“Vamos lá, pessoal. Vocês vão precisar.”
E assim o Rio continua firme, demonstrando que “maravilhosa” é uma ideia bastante flexível.

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