
Eu sou aquele que se chama Peregrino,
E há muitos anos deixei a Cidade da Destruição,
Seguindo a luz do Caminho Divino,
Buscando a Cidade Celestial, minha salvação.
Passei pelo Pântano do Desespero,
Onde quase afundei em lodo amargo,
Escalei a Colina da Dificuldade por inteiro,
Com passo firme, embora largo.
Atravessei o Vale da Sombra da Morte,
Onde demônios sussurravam mentiras,
Mas também conheci companheiros de boa sorte,
Que aliviaram minhas dores e iras.
Hoje me encontro na Planície do Cansaço,
Às margens do Caminho Real,
Sem forças, aguardo o abraço
Do Rei da Cidade Celestial.
Minha Esperança não se apaga,
Pois sei que Aquele que me chama
Enviará quem minhas feridas sare,
E renovará minha chama.
Este é o registro fiel da minha peregrinação,
Para que outros peregrinos me sigam,
Sabendo que mesmo na tribulação,
O Caminho Estreito conduz quem o siga.
Prossigo, ainda que cambaleante,
Rumo à Porta da Cidade Eterna,
Onde o Rei compassivo e constante
Me receberá com alegria sempiterna.
Desde os primeiros discípulos, a experiência cristã é compreendida como uma caminhada de fé. Somos peregrinos neste mundo, com o coração voltado para uma pátria eterna (Hebreus 11.13-16). Cada momento de nossa trajetória ressoa com o ritmo da graça divina, e mesmo as dificuldades se transformam em oportunidades de crescimento espiritual.
Este poema surge da experiência de quem se aventurou a caminhar pela fé, atravessando vales sombrios, momentos de aparente silêncio divino, e ainda assim perseverando. É um testemunho poético de uma jornada familiar a muitos: o abandono de antigas seguranças, a travessia por terrenos desafiadores, e a esperança viva de encontrar o lar definitivo na presença do Rei.
Que estas palavras ofereçam encorajamento aos que também trilham este caminho de fé. Para o cansado, que haja renovação. Para o perdido, que a direção seja clara. Para o perseverante, que continue com sabedoria. Em toda circunstância, recordemos: nossa chegada está garantida na Cidade Eterna.