Alguns dos Meus Princípios para a Vida

Pilares que Escolhi para Minha Caminhada.

Há uma sabedoria que sussurra através dos séculos, ecoando nas profundezas da alma humana: a vida adquire significado quando é vivida sob a luz de princípios eternos. Como faróis que cortam a névoa da incerteza, existem pilares que iluminam o caminho daqueles que buscam não apenas existir, mas verdadeiramente viver.

Neste texto, apresento alguns princípios que regem a minha caminhada. Espero que possa refletir sobre eles e, quem sabe, tomá-los como faróis para iluminar sua própria jornada.

Coram Deo. Uma frase curta em latim, cunhada nos primórdios da Reforma Protestante, significa literalmente “diante de Deus”, ou “na presença de Deus”. É o primeiro e mais fundamental dos alicerces. Cada gesto, cada palavra, cada respiração torna-se uma oferta sagrada quando compreendemos que toda a existência se desenrola sob o olhar atento do Criador. Não há tarefa insignificante, não há momento profano quando vivemos para Sua glória. É esta consciência que transforma o ordinário em extraordinário, o temporal em eterno.

Veritas lux mea, frase em latim que significa “a verdade é a minha luz”. Essa expressão sempre teve impacto sobre mim; a adotei como lema pessoal. A Verdade emerge como nossa luz guia na jornada da vida. Não a verdade fragmentada dos tempos modernos, mas a Verdade absoluta que se revela nas Escrituras Sagradas, nos dogmas imutáveis e nos ensinos milenares do cristianismo. Como a aurora que dissipa as trevas, esta luz divina orienta nossos passos e clareia nossa compreensão, tornando-se bússola confiável em meio às tempestades da vida.

Do encontro com esta verdade nasce a paz interior. Existe uma frase também em latim, que foi lema pessoal de Jacó Armínio, que diz “Bona conscientia paradisus”, significa “uma boa consciência é um paraíso”. Há uma beatitude singular em escolher o caminho que aquieta a alma, em preferir a serenidade da retidão à angústia do coração dividido. O sofrimento que brota da incerteza moral e o peso de uma consciência aflita são fardos desnecessários para aquele que abraça a integridade como companheira.

Esta integridade se manifesta naturalmente no chamado para ser exemplo aos fiéis (1 Timóteo 4.12). Não por vanglória ou presunção, mas por amor àqueles que observam e aprendem. Na palavra que edifica, na conduta que inspira, no amor que aquece, na fé que sustenta e na pureza que enobrece, encontramos o eco das palavras paulinas que transcendem a juventude e se estendem a toda alma que deseja ser luz no mundo (Mateus 5.14-16).

A harmonia relacional floresce quando escolhemos viver em paz com aqueles que, de coração sincero, buscam ao Senhor (2 Timóteo 2.22). É um convite à comunhão autêntica, ao reconhecimento de que caminhamos juntos na mesma direção espiritual. Esta paz não é passividade, mas a sabedoria ativa de cultivar relacionamentos que nutrem a alma e fortalecem a fé mútua. Na vida, é preferível caminhar em paz e comunhão com aqueles que estão indo na mesma direção que você, do que ser pedra de tropeço para seus iguais.

A prudência espiritual nos ensina a evitar discussões tolas (2 Timóteo 2.23), aqueles debates estéreis que mais alimentam o ego do que iluminam o entendimento. Há uma elegância na alma que reconhece quando o silêncio é mais eloquente que mil palavras, quando o afastamento é mais sábio que o confronto. Não é covardia, mas discernimento: a capacidade de distinguir entre o que constrói e o que apenas destrói.

Por fim, a dignidade pessoal encontra sua expressão na sabedoria de reconhecer quando seguir em frente. É necessário entender que existem pontos finais em partes de nossa peregrinação. Nem tudo será para sempre, sejam lugares, pessoas ou sonhos. O segredo de um peregrino que alcança seu objetivo final é não parar pelo caminho lamentando por aquilo que não foi, não aconteceu ou deu errado. Aqueles que creem que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus (Romanos 8.28) tornam-se resilientes e fortes.

Estes são princípios que considero importantes, pois eles dão origem a uma existência vivida em plenitude: na presença de Deus, guiada pela verdade, permeada em paz e coroada pela dignidade de quem conhece seu valor eterno.


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