Um livro fechado que resolveu blogar.

Sempre gostei de pensar na minha vida como um livro, dividido em capítulos, repleto de histórias, curiosidades e pontas soltas que conferem um certo mistério a esta existência passageira. Contudo, sempre me vi como um livro fechado. Nunca me incomodou que as pessoas me julgassem apenas pela capa, pois o conteúdo, este sim, era cuidadosamente guardado.

Parte central da minha personalidade é, justamente, o ato de ser esse livro fechado, onde poucas pessoas possuem a chave para me ler e desvendar. Curiosamente, desde muito jovem gosto de escrever: seja sobre a vida, fé, filosofia ou acontecimentos cotidianos. Sempre de forma íntima, reservada.

Acredito que escrever é uma das formas mais poderosas de expressão, compreensão do mundo e autoconhecimento. Mas minha vida é cheia de paradoxos, e um deles é justamente este: prezo pela privacidade, mas sempre nutri o desejo de manter um blog desde a adolescência.

Como alguém que pondera bastante antes de mudar o rumo das coisas, sempre fui relutante em dar esse passo. Na adolescência, reconhecia que muitas das minhas ideias ainda estavam em amadurecimento, embora já tivesse conceitos cristãos e filosóficos bem definidos que me acompanham até hoje.

Os anos passaram. A rotina ficou mais acelerada, o tempo mais escasso, e esse desejo foi sendo esquecido. Mas no início deste ano, ao fazer meu tradicional balanço de vida (um hábito anual na primeira semana do novo ano) reencontrei alguns escritos guardados num velho caderno. Numa das páginas, li: “Plano: publicar um blog”. Era uma lembrança de uma versão minha mais ousada, que buscava novos caminhos.

Aquilo me despertou algo. Refleti por dias, e então decidi dar o primeiro passo.

Ao longo dos anos, por conta do meu ministério cristão, acumulei diversos esboços de sermões, estudos e reflexões. Percebi que poderia começar esse projeto justamente por aí, compartilhando esse conteúdo com a esperança de edificar quem possa ler.

Assim nasceu o solafacts.com, um blog onde compartilho textos sobre teologia e reflexões cristãs. Também criei um perfil no Tumblr, onde publico citações autorais, e mantenho um espaço no Pensador.com.

Mas não queria me restringir. Desejo escrever sobre tudo e também sobre nada. Relembrar histórias, comentar acontecimentos, opinar sobre o cotidiano, tudo com um toque pessoal, informativo e, por vezes, sarcástico (embora meu humor seja um pouco… peculiar).

Pretendo compartilhar minhas ideias e opiniões. Quero falar sobre cultura pop, livros que li (ou abandonei), reflexões espontâneas e sobre tecnologia. O mundo Linux, por exemplo, já me acompanha há anos. O simpático pinguim, com seu espírito livre e resiliente, tem sido uma presença constante em minha jornada digital.

Para alguém que preza tanto pela privacidade, expor textos assim é um desafio considerável. Mas acredito que estou vivendo o melhor momento para isso, para falar com mais liberdade sobre minhas opiniões e escrever, enfim, sobre a vida.

Este blog é um novo capítulo em minha vida. Talvez eu escreva mais para mim do que para um público, mas estou entusiasmado com a ideia.

Seja bem-vindo. O livro continua.